domingo, 5 de janeiro de 2014

Os limites da violência.

Dois atletas sofrem acidentes. Anderson Silva e Schumaker. Dois esportes diferentes mas com um componente comum. Todos os dois violentos. Depois da morte do Airton Senna em Imola. Depois de ver os laudos técnicos que causaram a morte, deixei de ver Formula 1. Podem me achar um radical. Mas não admito que uma solda mal feita, seja responsável pela morte de um ídolo. Ninguém me convence que o Shumaker estava a 20 kms por hora como querem nos impingir. Já esquiei muito. Já peguei pedras no caminho. Troncos de árvore e mesmo sem capacete, consegui evitar danos maiores. Um atleta acostumado com trilhas de esqui, equipado com capacete, nessa velocidade, teria tempo de se esquivar (o nome já diz tudo) de uma pedra. Mas é a adrenalina do campeão que falou mais alto. O vicio pela velocidade. A certeza da capacidade, que fazem o homem buscar seus limites.

No caso de Anderson Silva, nunca gostei de agressões. Sempre falei que aprendi artes marciais, onde meus mestres, sempre deixavam bem claro que eu não estava aprendendo para ser violento, ao contrário, nunca  ataquei ninguém e as pouquíssimas vezes que briguei na minha vida, foi para me defender ou a alguém que estava comigo. Qualquer esporte onde dois ou mais indivíduos agridam-se, é violência. O ser humano é hipócrita por natureza: permite que dois homens enfrentem-se num “octógono”, com milhões em apostas rolando, mas não permite uma rinha de galos. Permite uma vaquejada, ou rodeio, mas não permite animais num circo. Dois homens agredindo-se num ringue, é selvageria. Pela própria natureza do homem e essa agressão ou falta de educação não começa no octógono. Já começa pela palhaçada da agressão verbal. Pela baixaria na hora que pesar, o enfretamento acintoso face a face, com a recusa em segurar o cinturão. Pensem bem! Que exemplo estão dando para os mais jovens. Não acredito que filho de bandido, bandido vai ser, mas que a televisão e a idolatria a esses homens, vai gerar um sentimento de impunidade, em alguns que já tem propensão à violência, isso com certeza vai. Só para ilustrar, lembro quando a série “Rambo” chegou aos cinemas. Três cinemas foram depredados. E era um filme! A violência dentro das arenas de futebol não é só gerada pelo amor ao time, é um sentimento de selvageria. Os black-blocs escondem-se entre multidões de pessoas pacíficas. Um golpe como o que quebrou a perna do Anderson não é um golpe técnico. É uma agressão! Se é uma agressão é um atentado à paz. Seja num octógono ou num ataque em Fallouja. O que muda é o cenário e a intensidade e obviamente, entre guerra e esporte. Mas será que podemos chamar de esporte?