sábado, 22 de fevereiro de 2014

Venezuela pede SOCORRO



Sempre questionei o papel da ONU, criada em 1945, para proteger o direito internacional, segurança internacional, desenvolvimento econômico, progresso social, direitos humanos e a realização da paz mundial.  A ONU, que agiu rapidamente, devolvendo ao povo judeu terras habitadas há milênios, para a criação do Estado de Israel.  Ela só intervém quando é de interesse dos seus pares ou em países de menor importância política. Vemos agora a criação de um eixo do mal, nascendo numa América Latina, que antes tinha a direita no poder, com o pretexto de estar protegendo o povo das ideologias de esquerda. As ideologias já eram. Mas os covardes que deveriam governar com a legitimidade democrática, escondem-se novamente atrás de neo-ideologias, como Nicolás Maduro. A ONU parece ter esquecido qual é sua missão primordial. Quantas mortes seriam evitadas se ela,  com o poder emanado dos 193 países e com Forças de PAZ, compostas obrigatoriamente por representantes de todos os países, nem que fosse apenas um diplomata e um veículo de campo, estivessem presentes em todos os conflitos, ao pedido do povo. 

Tivemos quatro décadas de ditadura militar na maioria esmagadora dos países da AL, para evitar o que agora depois de décadas está virando uma realidade. Eu não sei o que é esquerda ou direita nos dias de hoje. Só sei que o povo e que sofre. Temos direito a qualidade de vida. Quanto tempo e vidas perdemos nessas guerras civis. Nunca concordarei que as guerras trazem o progresso. Preferia viver na idade da pedra a ver a humanidade evoluir tecnologicamente continuar cruel, desumana com seus semelhantes.

Anexo Editorial de Miriam Leitão para a CBN

NA CBN

Brasil tem de apoiar povo venezuelano, não o governo

O compromisso do Brasil é com a sociedade venezuelana, não com o governo. O país e o povo são permanentes, o governo, temporário. O Itamaraty conseguia fazer essa distinção no passado. Outro ponto tradicional da política externa brasileira é a defesa de princípios e valores democráticos. Ele também está previsto no acordo do Mercosul. E foi em nome desse princípio que o governo liderou, junto com a Argentina, a expulsão do Paraguai, quando houve a retirada do presidente eleito.
Com relação à Venezuela, no entanto, o governo brasileiro sempre foi um poço de contradições, sempre tomou o partido do governo contra a oposição. Ela cometeu um erro em 2002, quando tentou um golpe. Mas agora, em 2014, vemos uma série de manifestações por motivos muito justos do ponto de vista econômico e político.
A inflação na Venezuela está alta há muito tempo, acima de 30%. Há desabastecimento de produtos; filas para comprar óleo de cozinha, o que vimos no Brasil nos anos 80. A violência cresceu demais; é o país da América Latina com o maior número de homicídios por 100 mil habitantes. Mesmo o petróleo estando a US$ 100, a Venezuela, grande produtora, está em crise cambial.
Além disso, encurralam as instituições e a oposição e estão tirando o direito dos jornais de comprarem papéis. Há muitos motivos, portanto, para se protestar contra o governo Maduro, que é um desastre do ponto de vista administrativo.
Ontem, o líder das manifestações na Venezuela se entregou, após ter feito um discurso inflamado.
O Brasil tem de torcer para que tudo dê certo. A democracia tem de ser defendida, mas o país negociou com os países do Mercosul e com a própria Venezuela, presidente pro tempore do bloco, uma nota sobre o assunto que foi divulgada pela chancelaria venezuelana. É surreal. Evidentemente, foi uma declaração de apoio ao governo sem mostrar os erros que tem cometido nos atentados à liberdade e à democracia. 
Tinha esperança de que a mudança no Ministério das Relações Exteriores brasileiro fosse alterar essa posição, mas o Brasil se comportou como sempre se comporta em relação à Venezuela: apoia o governo, que é passageiro, e não o povo na busca de uma solução pacífica e democrática.


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