sexta-feira, 24 de abril de 2009

Maiakovski - É para pensar. Vivemos ainda essa realidade. E contiuamos inertes, ante a violência.


Não tinha ouvido falar em Maiakovisk ou sua obra, até há trinta anos atrás, quando restabelecida a democracia no Brasil, ou um pouquinho depois.
Numa Cerim
ônia de entrega do Oscar, um dos apresentadores anunciou a declamação, de um poema de um abade, ou padre francês, por um artísta. Êrro típico dos americanos.
Depois em 1980 num "sarau" em Mar Del Plata, Roberto Aguelle diretor da ATC, citou o mesmo poema, refererindo-se ao poder do triunvirato, que governava a Argentina. Afetados pelos
"males de baco", nós não soubemos identificar o autor. Passei todo esse tempo, procurando por esse abade ou padre. Até o Santo Google me traiu.
Hoje, Alexandre, O Grande, deu-me este presente.
Estes poemas, tem tudo a ver com a nossa situação política, ou seja, nós vamos deixando as mazelas acontecerem, sem nada dizer ou fazer, e continuam os escândalos e os abusos, todos os dias.

Detalhe; depois de Maiakovski, Bertold Brecht, Martin Niemöller, e Cláudio Humberto, escreveram poemas similares mantendo acesa a chama da revolta, ante a indolência.

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Maiakovski
Poeta russo "suicidado" após a revolução de Lenin…
escreveu, ainda no início do século XX :


Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.

Depois de Maiakovski…

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Bertold Brecht (1898-1956)

Primeiro levaram os negros.

Mas não me importei com isso .
Eu não era negro.

Em seguida levaram alguns operários .
Mas não me importei com isso.
Eu também não era operário.

Depois prenderam os miseráveis .
Mas não me importei com isso,
porque eu não sou miserável.

Depois agarraram uns desempregados.
Mas como tenho meu emprego,
também não me importei.

Agora estão me levando,
mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém,
ninguém se importa comigo.

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Martin Niemöller

Um dia vieram e levaram meu vizinho, que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.

No dia seguinte, vieram e levaram
meu outro vizinho, que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei .

No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.

No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...

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Cláudio Humberto, em 09 FEV 2007

Primeiro eles roubaram nos sinais,
mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus,
mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas,
onde não moro;
Fecharam então o portão da favela,
que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança,
que não era meu filho...







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