Por: David Avelar
Bons tempos em que conhecíamos
todos os profissionais que nos atendiam no dia a dia na saúde e na doença. O
padeiro que sabia exatamente o pão certo de cada dia. O sapateiro, o alfaiate,
o açougueiro, o leiteiro que deixava a garrafa de leite na porta. Eu tinha um
médico, Dr Tibério, amigo de meu avô, que me curou de diversas doenças, como
bronquite, alucinações noturnas, etc.
Durante os 13 anos que vivi em minha terra, antes de vir para o Brasil, ele
tratou de mim. O gerente do meu banco era o gerente de meu avô, de meu tio. Sr
Heitor Costa.
Concordo com diversos jornalistas
que estão vendo mais longe e como está acontecendo em Portugal, estão vislumbrando
o momento em que acabar o contrato com médicos que, inevitavelmente, vão criar
um vinculo familiar com a comunidade. Isto é o que está acontecendo em Portugal
com médicos de uma série de países que estão trabalhando no interior, onde são
amados pela população, que não quer que eles saiam da comunidade. Lembram-se da
história dos dentistas em Portugal? Não era pela competência técnica que os
profissionais portugueses reclamavam e sim pelo carinho que os brasileiros
dispensavam aos pacientes portugueses. É assim com a maioria dos profissionais
latinos que vão prestar serviços em outros países. Encontrei muitos médicos
brasileiros nos Estados Unidos, mais precisamente em Massachusetts, onde
morava. Todos eram respeitados. Alguns já enraizados com a cultura local escondiam
suas origens, não por vergonha só mas por serem criticados por colegas, quando
começaram a tratar os seus pacientes com o amor de que todos nós precisamos
quando vamos a uma casa de saúde. Pergunto: alguém vai ao hospital por diversão?
Claro que não. Ou vamos, porque estamos doentes, ou por que suspeitamos que
estamos doentes , ou vamos visitar alguém que está hospitalizado. Nos três
casos o mínimo que esperamos é sermos tratados com respeito e com carinho.
Pois bem. O jornalista Fernando
Brito, no Blog “Tijolaço” http://tijolaco.com.br/ publica matéria sobre este dilema que está vivendo
Portugal.
- Se o caro amigo internauta fizer uma pesquisa rápida no Google
verá que o que pode acontecer aqui no Brasil , no futuro, com os médicos
cubanos que o Governo Federal está trazendo para atuar em municípios
onde não há profissionais brasileiros dispostos a atuar.
Os problemas não são de incapacidade profissional ou de dificuldade de comunicação.
São que os contratos firmados pelo governo português estão acabando e alguns deles terão de ir embora, para desespero das populações e dos prefeitos do Alentejo, do Algarve e do Ribatejo, regiões pobres que estão ameaçadas de ficarem, outra vez, sem médicos.
O portal SulInformação noticia:
Até o presidente da Ordem dos Médicos de Portugal, apesar da cantilena de que os médicos estrangeiros são “superiores” em qualidade profissional, reconhece:
Agora, para quem quiser se aprofundar mais no “choque cultural” representado pelos médicos estrangeiros em Portugal, recomendo a leitura de um trabalho de duas sociólogas e uma psicóloga na Revista Iberoamericana de Salud y Ciudadanía, coordenada pela Universidade do Porto.
Ali, são ouvidos médicos cubanos, espanhóis e colombianos que foram trabalhar em Portugal e que falaram sobre essa experiência.
Talvez tenhamos alguma coisa a aprender por aqui, não é?
São que os contratos firmados pelo governo português estão acabando e alguns deles terão de ir embora, para desespero das populações e dos prefeitos do Alentejo, do Algarve e do Ribatejo, regiões pobres que estão ameaçadas de ficarem, outra vez, sem médicos.
O portal SulInformação noticia:
Os cinco médicos cubanos que
prestavam serviço de consultas no concelho de Odemira terminaram os seus
contratos e regressaram ao seu país, deixando mais de 14 mil utentes
sem médico de família.
Esta situação, segundo denuncia, em
comunicado, a Câmara Municipal de Odemira, «está a provocar a rotura dos
serviços médicos em Odemira, S. Teotónio, Sabóia e Vila Nova de
Milfontes e o descontentamento da população e da autarquia, que têm
vindo a expressar o seu descontentamento junto dos responsáveis locais,
regionais e governamentais sem qualquer sucesso».
A autarquia sublinha, no comunicado a
que oSul Informação teve acesso, que no litoral Alentejano prestavam
serviço 16 médicos cubanos, cinco dos quais no concelho de Odemira e não
foram substituídos, isto apesar de há alguns meses os autarcas terem
sido alertados pela direção do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do
Litoral Alentejano para a necessidade de garantir a substituição dos
médicos cubanos que terminavam contrato no final do ano de 2011.
As prefeituras são as maiores defensoras do trabalho dos profissionais cubanos, pelos trabalhos pró-ativos de saúde pública que realizam.Até o presidente da Ordem dos Médicos de Portugal, apesar da cantilena de que os médicos estrangeiros são “superiores” em qualidade profissional, reconhece:
“Naturalmente os cidadãos que
receberam os médicos estrangeiros ficaram satisfeitos. Porque até aí não
tinham médico e passaram a ter. Não com as competências adequadas e
desejáveis, mas passaram a ter um médico”
Pois é, né, doutor…Agora, para quem quiser se aprofundar mais no “choque cultural” representado pelos médicos estrangeiros em Portugal, recomendo a leitura de um trabalho de duas sociólogas e uma psicóloga na Revista Iberoamericana de Salud y Ciudadanía, coordenada pela Universidade do Porto.
Ali, são ouvidos médicos cubanos, espanhóis e colombianos que foram trabalhar em Portugal e que falaram sobre essa experiência.
Talvez tenhamos alguma coisa a aprender por aqui, não é?