domingo, 12 de maio de 2013

Adilson de Mesquita classificado no São Paulo Exposamba 2013


Por David Avelar
Em 2005, quando estava produzindo a festa de aniversário de Mesquita, fui apresentado a Adilson de Mesquita, na casa de Almir Tavares.
Ele estava fazendo pequenos reparos na instalação elétrica e Almir o apresentou como compositor com alguns sambas gravados principalmente pelo seu amigo de rádio Nacional, radialista Adelzon Alves. Almir que é violonista ainda enfatizou que ele era ótimo eletricista.
 A partir daí, Adilson passou a fazer parte de minha equipe de manutenção. Um ano passou e, sou sincero, nunca tinha escutado as obras do Adilson. Quando fizemos a reforma das águasdançantes, em 2006, para o retorno do Circo Orlando Orfei ao Brasil, chamei-o para ser meu assistente na intricada e jurássica, reforma da rede elétrica daquela “velha senhora alemã de 90 anos”, como eu gosto da chamar o complexo de botões, fios e motores que tanta emoção levaram ao público e que Orlando Orfei comprou depois da guerra na Alemanha.
Adilson mostrou-se um profissional à altura, logo dominando a restauração. Dentre os funcionários especialistas, que estavam nessa árdua tarefa encontrava-se, António Moura, português,  que entrou antes mim para o Tivoly Park, em 1972. Carlinhos, e Paulinho, um soldador e também cantor de samba. Um dia chego no galpão e estavam os dois discutindo sobre a qualidade dos samba que às vezes Adilson cantarolava. Comecei a prestar mais atenção às composições do amigo e logo vi que tinham qualidade. Ofereci-me para levar um cd para a cantora Alcione, que nós conhecíamos, desde o Tivoly, quando namorava o Gino napolitano, um funcionário de alto escalão e que, praticamente foi o primeiro namorada de Alcione no Rio de Janeiro, quando ela veio do Maranhão. Por diversas vezes a Ria Som fez o som da Marrom em, Coroa Grande, Cabo Frio etc. E ela mangueirense e presidente o projeto Crianças do Amanhã, não seria difícil contatá-la. Mandei o Cd para lá e a verdade é que não obtive resposta. Os anos se passaram, Adilson continuava a trabalhar para mim. Em 2011, fizemos novamente uma reforma nas Águas Dançantes, que iriam estrear em Bento Gonçalves, dia 15 de novembro e Adilson mostra-me um samba em homenagem a Carlinhos de Jesus, “Malandro Sorridente”. Achei o samba incrível. Rico em melodia e rítmica, uma letra impecável, mas o que emocionava era o resgate do samba brejeiro de passinho curto, termo muito utilizado pelo nosso querido Sargentelli nas suas criticas e apresentações. O ano passado ao ver o anúncio do São Paulo Exposamba, o chamei e  mostrei-lhe a qualidade desse evento, fantástico para descobrir novos talentos. Adilson torceu o nariz quando viu os concorrentes e desanimou. Eu, literalmente, encostei-o na parede forrada com um fundo azul e falei: - Canta! Adilson parecia um malandro de gafieira. O seu bio tipo magro, pardo, com a barba sem fazer, dava-lhe atributos que cobriam as pequenas falhas de sua voz rouca de interprete. mas o samba era lindo! Fizemos a inscrição. Mandamos o vídeo e não foi novidade quando veio o email com sua classificação. Falei para ele: - você está classificado agora corre atrás de verba, ou da prefeitura, ou dos amigos para ir a São Paulo. Adilson de Sousa e Silva, morador da rua Venus em Mesquita, foi a São Paulo e classificou-se dentre 1.000 selecionados das 80 mil inscrições. Agora eram 200. Torna o Adilson a correr os amigos e voltar a São Paulo uma semana depois e trazer a classificação entre os 40. Veio cheio de estórias para contar, inclusive que tinha feito amizade com diversos sambistas e com Walleska Arsolino Bartólo e José Maria Monteiro,  da direção da Fábrica do Samba,  que promovem o Festival. Este ano recebemos um email convidando-o para participar e que o seu samba malandro Sorridente estava classificado para as eliminatórias de Céu Sapopemba,

neste sábado dia 11 de maio. Adilson, voltou com a classificação na repescagem e agora já tem o samba "Com Deus Sempre", classificado. Ainda concorre com "Minha Raiz", que ele fez play-back em cima de uma gravação antiga da rádio Nacional. Agora só nos resta torcer para este compositor que de alguma maneira lembra o titulo desta composição "Minha raiz".
De uma terra que foi fértil nos seus talentos, na garra deste sambista de meia idade, com muito chão percorrido e sem nenhum incentivo das autoridades de sua terra, a ganhar espaço nacional, no São Paulo Exposamba 2013.








Gravações no YouTube



Um comentário:

Almir Tavares disse...

Parabens Adilson de Mesquita.
Levando o samba independente para fora da cidade.
Um abraço e pau na maquina !!!!!