Dois atletas sofrem acidentes. Anderson
Silva e Schumaker. Dois esportes diferentes mas com um componente comum. Todos
os dois violentos. Depois da morte do Airton Senna em Imola. Depois de ver os
laudos técnicos que causaram a morte, deixei de ver Formula 1. Podem me achar
um radical. Mas não admito que uma solda mal feita, seja responsável pela morte
de um ídolo. Ninguém me convence que o Shumaker estava a 20 kms por hora como
querem nos impingir. Já esquiei muito. Já peguei pedras no caminho. Troncos de
árvore e mesmo sem capacete, consegui evitar danos maiores. Um atleta
acostumado com trilhas de esqui, equipado com capacete, nessa velocidade, teria
tempo de se esquivar (o nome já diz tudo) de uma pedra. Mas é a adrenalina do
campeão que falou mais alto. O vicio pela velocidade. A certeza da capacidade,
que fazem o homem buscar seus limites.
No caso de Anderson Silva, nunca
gostei de agressões. Sempre falei que aprendi artes marciais, onde meus
mestres, sempre deixavam bem claro que eu não estava aprendendo para ser violento,
ao contrário, nunca ataquei ninguém e as
pouquíssimas vezes que briguei na minha vida, foi para me defender ou a alguém
que estava comigo. Qualquer esporte onde dois ou mais indivíduos agridam-se, é
violência. O ser humano é hipócrita por natureza: permite que dois homens
enfrentem-se num “octógono”, com milhões em apostas rolando, mas não permite
uma rinha de galos. Permite uma vaquejada, ou rodeio, mas não permite animais
num circo. Dois homens agredindo-se num ringue, é selvageria. Pela própria
natureza do homem e essa agressão ou falta de educação não começa no octógono.
Já começa pela palhaçada da agressão verbal. Pela baixaria na hora que pesar, o
enfretamento acintoso face a face, com a recusa em segurar o cinturão. Pensem
bem! Que exemplo estão dando para os mais jovens. Não acredito que filho de
bandido, bandido vai ser, mas que a televisão e a idolatria a esses homens, vai
gerar um sentimento de impunidade, em alguns que já tem propensão à violência,
isso com certeza vai. Só para ilustrar, lembro quando a série “Rambo” chegou
aos cinemas. Três cinemas foram depredados. E era um filme! A violência dentro
das arenas de futebol não é só gerada pelo amor ao time, é um sentimento de
selvageria. Os black-blocs escondem-se entre multidões de pessoas pacíficas. Um
golpe como o que quebrou a perna do Anderson não é um golpe técnico. É uma
agressão! Se é uma agressão é um atentado à paz. Seja num octógono ou num
ataque em Fallouja. O que muda é o
cenário e a intensidade e obviamente, entre guerra e esporte. Mas será que
podemos chamar de esporte?
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