Não tinha ouvido falar em Maiakovisk ou sua obra, até há trinta anos atrás, quando restabelecida a democracia no Brasil, ou um pouquinho depois.
Numa Cerimônia de entrega do Oscar, um dos apresentadores anunciou a declamação, de um poema de um abade, ou padre francês, por um artísta. Êrro típico dos americanos.
Depois em 1980 num "sarau" em Mar Del Plata, Roberto Aguelle diretor da ATC, citou o mesmo poema, refererindo-se ao poder do triunvirato, que governava a Argentina. Afetados pelos "males de baco", nós não soubemos identificar o autor. Passei todo esse tempo, procurando por esse abade ou padre. Até o Santo Google me traiu.
Detalhe; depois de Maiakovski, Bertold Brecht, Martin Niemöller, e Cláudio Humberto, escreveram poemas similares mantendo acesa a chama da revolta, ante a indolência.
Poeta russo "suicidado" após a revolução de Lenin…
escreveu, ainda no início do século XX :
Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.
Depois de Maiakovski…
***************************************************************************
Bertold Brecht (1898-1956)
Primeiro levaram os negros.
Mas não me importei com isso.
Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários.
Mas não me importei com isso.
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis.
Mas não me importei com isso,
porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados.
Mas como tenho meu emprego,
também não me importei.
Agora estão me levando,
mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém,
ninguém se importa comigo.
***************************************************************************
Martin Niemöller
Um dia vieram e levaram meu vizinho, que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram
meu outro vizinho, que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei .
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...
***************************************************************************
Cláudio Humberto, em 09 FEV 2007
Primeiro eles roubaram nos sinais,
mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus,
mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas,
onde não moro;
Fecharam então o portão da favela,
que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança,
que não era meu filho...
escreveu, ainda no início do século XX :
Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.
Depois de Maiakovski…
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Bertold Brecht (1898-1956)
Primeiro levaram os negros.
Mas não me importei com isso.
Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários.
Mas não me importei com isso.
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis.
Mas não me importei com isso,
porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados.
Mas como tenho meu emprego,
também não me importei.
Agora estão me levando,
mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém,
ninguém se importa comigo.
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Martin Niemöller
Um dia vieram e levaram meu vizinho, que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram
meu outro vizinho, que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei .
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...
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Cláudio Humberto, em 09 FEV 2007
Primeiro eles roubaram nos sinais,
mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus,
mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas,
onde não moro;
Fecharam então o portão da favela,
que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança,
que não era meu filho...
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